Há uma longa jornada entre o início da vida profissional e a consolidação de uma carreira bem-sucedida. Escolher uma graduação, decidir o campo de atuação e encontrar um cargo que se adeque às suas expectativas pode ser desafiante, principalmente em áreas que ainda estão em desenvolvimento e se destacaram nos últimos anos, como é o caso das redes sociais.
Elas ganharam uma força inimaginável e se tornaram indispensáveis para as organizações, mas cargos de liderança em Social Media não eram encontrados há alguns anos. Pedro Alvim, que é ex-aluno da PUC Minas e atualmente atua como Head de Social Media do Magazine Luiza, conhece muito bem esse caminho.
Neste bate-papo com o Conexão PUC Minas, Pedro relembra sua jornada, cita os maiores desafios encontrados nesse percurso e traz a sua visão sobre a construção de uma carreira e as características e habilidades que se fazem necessárias no mercado de trabalho atual.
Você é graduado em Publicidade e Propaganda pela PUC Minas e hoje é Head de Social Media do Magazine Luiza. Admiramos a sua trajetória! Conta para a gente como conduziu esse caminho e o impacto da sua formação no seu sucesso profissional.
Primeiramente, quero dizer que sou muito grato e tenho muito orgulho por ter sido aluno da PUC Minas, do curso de Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda. Foi uma escola não apenas na minha formação profissional, mas também como ser humano.
Acho que o que me ajudou a construir a minha jornada profissional e a minha carreira foi poder ter contato com essa formação humanizada que a PUC Minas me proporcionou, ter contato com disciplinas muito profundas num curso e numa época em que a velocidade das transformações, dos contextos e meios que a gente vivenciava eram muito latentes.
Hoje trabalho com redes sociais, que ainda não são tão disseminadas academicamente, mas que fazem parte das disciplinas de estratégias corporativas e de marketing em todas as companhias do mundo.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou em sua carreira e quais enfrenta atualmente?
Me manter atualizado constantemente sobre a evolução das plataformas de social media, conseguir desenvolver soft skills para fazer a leitura dos movimentos sociais e culturais que vivenciamos no Brasil e aprender a traduzir os objetivos de comunicação e de negócio em conteúdo para as redes sociais.
Atualmente, em termos de desafio de gestão, acredito que abrir espaço para grupos minoritarizados, para que eles possam se desenvolver, ter oportunidade de crescimento na carreira e assumir posições de liderança para que possamos acompanhar a velocidade da cultura e manter o nosso mercado cada vez mais justo.
É necessário criar oportunidades cada vez mais próximas do que gostaríamos e vislumbramos para grupos como LGBTQIAP+, pessoas pretas, pessoas com deficiência e mulheres, que também precisam de mais espaço.
Diante desses desafios citados acima, como você conseguiu enxergar possíveis caminhos para construir uma carreira sólida?
Destaco que não ter perdido a paixão por estudar e por buscar conhecimento ajudaram na construção da minha trajetória. Depois da minha graduação, fiz uma pós na PUC Rio Grande do Sul em Redes Sociais e Influência Digital.
Nunca deixei de fazer cursos, de ler e estudar diversos cursos e disciplinas. Nossa formação começa na faculdade, mas não acaba após o curso de graduação. É importante seguir estudando o comportamento das novas gerações e a evolução do mercado e da indústria.
Chega um momento na carreira em que precisamos compartilhar esse conhecimento e formar as novas gerações. Isso alimenta a minha alma e faço com muito amor e carinho.
Para você, o que é construção de carreira e qual é a sua importância?
Para mim, a construção de carreira não precisa ser ortodoxa, passar por etapas, seguir um script. Ela nada mais é do que você escrevendo a sua própria história de evolução profissional — e ela pode mudar a qualquer momento.
Construir uma carreira na disciplina de conteúdo, redes sociais e influência foi importante porque abriu espaço para que outras pessoas também pudessem construir uma profissão vislumbrando uma carreira executiva nessas áreas.
Quando comecei a trabalhar com isso, não existiam posições de liderança de social media. Um dos pontos mais importantes pra mim é saber que abri espaço para que uma carreira executiva nova se desenvolvesse. Não apenas no Brasil, mas no mundo.
Como é para você ser reconhecido na sua profissão? Os prêmios, convites de palestras, podcasts… o que você sente? E o que seriam hoje as suas ambições e desejos profissionais?
Os prêmios e a visibilidade recebidos nessa jornada são um reconhecimento de muito trabalho e dedicação pessoal e profissional no que eu acredito e na construção do mercado em que eu atuo. Tenho uma missão pessoal, que é formar o mercado de redes sociais e conteúdo no Brasil.
Fico muito feliz em receber, eventualmente, convites para compartilhar minha visão e meu conhecimento, pois entendo que, quanto eu mais compartilhar, mais poderei contribuir para a construção desse mercado e de novos profissionais na minha área.
Me sinto honrado e grato por estar ocupando esse espaço, por ser um aluno da PUC Minas, um homem gay e um profissional de uma disciplina nova a conseguir ganhar visibilidade dentro da nossa indústria.
A minha ambição e meus desejos profissionais estão conectados com a minha missão pessoal. Pretendo ver cada vez mais executivos trabalhando nessa indústria, liderando equipes, construindo mercado e fazendo a diferença e a transformação no mercado de trabalho brasileiro.
Que tipo de habilidade você teve que trabalhar para assumir o cargo de Head de Social Media do Magazine Luiza?
Precisei desenvolver um conjunto de habilidades até chegar ao cargo que ocupo atualmente, de gerente sênior de redes sociais, mas eu diria que, hoje, o que particularmente mais valorizo nos profissionais são as soft skills.
A resiliência, capacidade de fazer gestão de conflitos, expectativas, pessoas, processos. Também a capacidade de escutar o outro, acolher, ter empatia e incentivar as pessoas que estão ao seu redor, independentemente de cargos.
Quais características e habilidades você considera essenciais para os profissionais do futuro e como esses profissionais podem adquirir ou desenvolver essas características?
São as soft skills que mencionei na resposta anterior. Para adquirir essas habilidades, acho fundamental ter humildade, aprender com as gerações que já estão aí, desenvolver a capacidade de escuta e de automotivação. Também a capacidade de não enxergar o outro apenas como um crachá, e sim como um ser humano.
É importante tentar entender que não existe diferença entre a vida pessoal e a profissional, existe aquele ser humano que precisa encontrar o que o deixa feliz. Quando você encontra, isso vai ao encontro do seu propósito, você vai se dedicar e dar o seu melhor no caminho que escolheu.
Marketing digital é uma área super em alta. Quais as possibilidades que você enxerga nesse mercado de atuação? O que chama a sua atenção em um profissional da área?
Enxergo inúmeras possibilidades para quem deseja atuar com disciplinas relacionadas ao marketing digital. Apesar disso, confesso ser difícil prever o rumo que elas vão tomar em médio e longo prazo. Há 5 anos, elas tinham outro peso dentro da estratégia de marketing.
Marketing digital é muito amplo, se atualiza muito e evolui rapidamente. Percebo algumas áreas de destaque, como disciplinas analíticas, voltadas para a análise de dados, insights e performance. Na parte de criação, noto que copyrighting e storytelling são áreas cada vez mais valorizadas.
Em termos técnicos, temos o desenvolvimento do design em 3D e da parte de animação. Há uma demanda muito grande e poucos profissionais atuando nessa área no Brasil.
Se você tivesse que listar dicas para quem quer construir uma carreira de sucesso, quais seriam elas?
Costumo dizer que somos muito jovens quando escolhemos a profissão e o curso acadêmico que queremos. Muitas vezes, podemos tomar decisões e voltar atrás. A dica que dou é não ter medo de aprender, de arriscar, de encontrar, de fato, o que você busca para a sua felicidade.
É importante observar muito o que acontece no mundo, ir atrás de profissionais do mercado e acompanhar o que eles estão construindo para se inspirar. E mesmo que você não veja pessoas com o cargo que você gostaria, como era meu caso, não ter medo de construir. De empreender dentro da empresa para construir a carreira que você acredita.
O que o Pedro de hoje falaria para o Pedro que estava ali ainda indeciso na escolha da profissão?
O Pedro de hoje provavelmente falaria para o Pedro indeciso, que estava buscando escolher sua profissão, que ele mantivesse sua integridade, aquilo em que ele acredita. Para que ele fosse persistente e resiliente, porque tudo, no seu tempo, vai acontecer e se construir da melhor forma possível.
Muitas vezes desistimos facilmente das coisas, e os grandes cases são construídos com consistência. Manter esse foco, essa persistência, pode ajudar na hora de decidir a área de atuação. Agradeço pela oportunidade de conversar com os alunos da PUC Minas e do curso de Comunicação. Deixo meus abraços e desejos de sucesso.
Essa não deve ser a primeira vez que você lê sobre a importância das soft skills para uma carreira de sucesso, não é mesmo? O mercado de trabalho está cada vez mais exigente e é muito relevante se aprofundar nesse tema. Que tal ler um conteúdo especial que o Conexão PUC Minas preparou a respeito? Acesse: Quais são as soft skills que o mercado de trabalho exige do profissional atual?
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