Depoimentos, Dicas

foto de Renan Cavalcanti em um evento

As grandes transformações tecnológicas dos últimos anos incidem também sobre o Marketing e a Comunicação e trazem novas formas de atuação, inúmeras possibilidades e um mercado cada vez mais interessado na criatividade e na versatilidade dos profissionais. A capacidade de fugir do óbvio e de propor soluções inovadoras é a chave para a construção de uma carreira de sucesso nessa área. 

Renan Cavalcanti, ex-aluno da PUC Minas, tem uma carreira diversa e profundamente ligada à tecnologia. Ele conversou conosco e dividiu informações relevantes para você que está iniciando a sua jornada. Confira! 

Para começar, poderia nos contar um pouco sobre a sua trajetória acadêmica e profissional até hoje? Como a universidade influenciou a sua jornada? Conte-nos, por favor, os momentos mais marcantes.

Formei-me na PUC Minas em Comunicação Social, ênfase em Publicidade e Propaganda, em 2011. Depois fiz  pós-graduação em Gestão de Marketing, em São Paulo. Em seguida, fiz muitos cursos e passei por empresas de educação; então  isso foi engrandecendo meu currículo. Fiz curso de Gestão de Marketing também nos Estados Unidos, na Universidade de Ohio (nesses cursos de Educação Executiva), além de vários treinamentos corporativos e cursos livres. 

Profissionalmente, comecei como estagiário, depois fui crescendo. Fui analista de Marketing, coordenador, gerente e atualmente sou diretor de Marketing da Estrela Bet. Passei por vários segmentos: educação, esporte, bancário e hoje atuo no mercado de iGaming, segmente muito novo no Brasil, mas que está crescendo cada vez mais.

Venho de um ambiente mais digitalizado, de startups; Por essa razão, sou uma pessoa que tem muito forte essa bagagem mais ágil e de Marketing Digital – e fui evoluindo minha carreira até o momento. Com isso, me envolvi em todas as frentes de Marketing, como cuidar da marca, canais de aquisição, entre outros… De maneira geral, esse é o resumo da minha trajetória acadêmica e profissional até aqui.

Como você acredita que a sua formação contribuiu para o seu desenvolvimento profissional e para a sua compreensão do mercado?

Toda a minha trajetória está conectada com os meus estudos. Desde o começo, para conseguir um trabalho, eu percebi a importância de ter estudado em lugares com bagagem, com peso relevante. E isso é muito visível no mercado de trabalho: instituições fortes que abrem oportunidades para talentos, estagiários, trainees, enfim, voltadas a profissionais de diversos níveis. 

E, em todos os desafios que enfrentei até o momento, de alguma forma, aprendi na prática o que eu via na Universidade. Assim, a cada novo desafio no mercado profissional, eu voltava à academia com a intenção de reaprender.

Durante a sua jornada, quais foram os principais desafios que enfrentou e como conseguiu superá-los?

Eu posso falar que cada ano profissional na minha carreira foi um desafio diferente. E, entre os principais, foi sair um pouco do lado técnico e começar a me desenvolver abrindo a mente mesmo para outras frentes que o Marketing traz. Sem falar nas mudanças rápidas. 

Outro grande desafio na carreira foi em relação ao idioma, porque eu não falava inglês. Isso até eu ter sido reprovado em um processo seletivo de uma megaempresa, na qual todo mundo teria vontade de atuar. Esse desafio me fez tomar a seguinte decisão: eu decidi sair da empresa em que eu estava atuando, peguei todo o dinheiro que eu tinha juntado, nesse período, e  fui estudar inglês. Hoje, se estou onde estou e se pratico o  inglês do modo como necessito, sou muito grato a esse período e àquele processo seletivo em que não fui aprovado por não ter, naquela ocasião, esse conhecimento do idioma 

Você poderia compartilhar conosco de que maneira a PUC Minas contribuiu para a sua preparação voltada ao mundo profissional? Quais recursos ou experiências foram particularmente valiosos durante seus estudos?

O fato de eu ser filho da PUC impactou diretamente na minha entrada no mercado de trabalho. Até porque, vou resgatar um pouco das discussões que se tinha: por ter vindo de uma instituição consolidada, de uma instituição superantenada (inclusive, por eu ter escolhido estudar na PUC Minas), eu tinha muita relação com isso. E também com a qualidade dos cursos, com a qualidade do corpo docente, etc. Isso, de fato, me preparou para o mercado.

Durante os processos seletivos dos quais participei, eu estava disputando com pessoas de alto gabarito. Assim, ter vindo da PUC Minas foi uma chancela adicional ao meu perfil. Hoje sou muito grato. Se eu estou onde estou, parte da minha construção se deve ao que eu vivi ali no Prédio 13.

Obviamente, atribuo muito ao meu valor de ter corrido atrás, de ter feito as coisas acontecerem, de ter abraçado as oportunidades, de ter estudado o que precisava a fim de poder estar pronto para os desafios colocados ali. Mas o berço, a PUC Minas, fez a diferença na hora de eu ser selecionado para alguns dos lugares por onde eu passei. Então, sim, eu sou extremamente grato.

Considerando a sua trajetória, que inclui experiências em empresas como  Atlético Mineiro, Grupo Soma, Cogna, Nubank e Estrela Bet, gostaríamos de saber como você se preparou visando conquistar essas oportunidades? Quais foram os principais passos ou estratégias que você adotou para alcançar esse lugar profissional?

Algo que sempre me acompanhou em minha formação foi  ir em busca de continuar me desenvolvendo. Mesmo que fosse um desafio diferente, ou que não me empolgasse tanto no momento e até oportunidades em que eu ganharia menos dinheiro,  mas me gerariam algum valor, eu fui atrás. Ainda que me tirasse da zona de conforto. 

Para mim, é isso que faz com que bons profissionais sejam reconhecidos e, por consequência, ganhem mais bagagem, mais amplitude de mercado e consigam enxergar novas perspectivas, diferentemente do que é feito por todo mundo. 

Cresci passo a passo, escadinha por escadinha. Às vezes, vai ter uma boa oportunidade  para mudar a direção Essa foi minha atitude, isto é, quando tomei a decisão de sair de uma posição de gerente de Marketing de uma startup, em um momento muito positivo de mercado, para aprender inglês –   eu poderia ter tido esse conhecimento há mais tempo –  e, de certa forma, interrompi a carreira. Mas foi um interromper para recomeçar, o que seria o famoso “um passo para trás para dar dois para a frente”. Claramente, esse foi o meu movimento, mas tudo isso direcionado com vistas a evoluir,  a caminhar em direção ao que eu planejava para mim como desenvolvimento, tanto para o lado pessoal quanto para o profissional.

Como você enxerga o futuro das áreas de Comunicação e Marketing? Você vê a IA e outras tecnologias como impulsionadoras da área? 

Recentemente, podemos falar que há uma transformação do Marketing pela Inteligência Artificial (IA). Com isso, o profissional de Comunicação precisa saber como aliar os seus conhecimentos de criatividade a essas tecnologias. 

Não estou nem falando de IA como ferramenta, não. Estou me referindo à IA como mindset mesmo. Logo, como trazer a IA aplicada ao Creative Marketing? Como aplicar a IA ao time de Growth, ao time de Acquisition, Retention? Enfim, entendo que existem muitas formas de isso ser enxergado. E o fato é que impactará o nosso mercado, sem dúvida nenhuma. 

Acredito que a IA  dará mais autonomia aos times de Marketing.  Isso vai propiciar que esses times sejam mais ágeis, mais dedicados em encontrar diferenciais competitivos, em termos de criatividade,  porque grande parte do restante a Inteligência Artificial vai fazer por si só.  Por exemplo, a tendência de profissionais de Marketing terem dificuldade em trabalhar com números; hoje em dia, há uma variedade enorme de automação de Inteligência Artificial que já consegue entregar os números “mastigados”. 

Considero que a Inteligência Artificial pode ser um megapropulsor e divisor de águas também no mercado de trabalho. Então, aquelas atividades repetitivas já não existem mais. Mas esse lado criativo começa a aflorar.

E em relação ao lado criativo para aquisição, para novas formas de produzir conteúdo e para poder gerar valor de marca: como eu posso escalar os criativos, as campanhas, os filmes que vão rodar na TV… Enfim, temos muitas possibilidades, e o que me deixa muito empolgado, no próximo cenário, é como a Inteligência Artificial vai continuar impactando não só o Marketing, mas os profissionais como um todo.

Porque aí teremos profissionais de outras áreas que vão se especializar e passar a ter capacidade de trabalhar com Marketing, assim como o oposto. Portanto, vejo como um “game changer” mesmo na sociedade.

Quais as principais habilidades e competências você considera essenciais para que o profissional da área possa mandar bem no mercado de trabalho? 

As principais habilidades e competências essenciais para o mercado são interesse e capacidade de aprender, de readaptar. Por quê? Porque a gente vai mudar muito.

O que mudou nesses meus 10 anos de carreira foi uma coisa impressionante e, agora, acredito que isso será potencializado ainda mais pelas novas tecnologias. Haverá mais mudanças. Por isso, as pessoas têm que estar com a cabeça aberta, e o mais importante é ter o entendimento do todo.

Às vezes as pessoas se resumem àquela função delas e não enxergam de uma forma mais ampla os desafios. Então, as principais habilidades que eu considero, sem dúvida nenhuma, são essas, e, no que diz respeito às competências, eu destacaria as socioemocionais.

Quais dicas você dá a estudantes que querem construir uma carreira na Comunicação e no Marketing? 

Aos novos estudantes, a dica principal é não ficar na zona de conforto; é necessário estudar muito e buscar outras referências – desde podcasts, vídeos no YouTube, educação tradicional. Se tiverem a oportunidade de ir atrás de referências fora, isso deve ser concretizado, ou seja, viajar para expandir a bagagem, a cabeça. E a viagem pode ser para uma cidade no interior ou outra capital no país. Caso tenha a oportunidade de ir para o exterior conhecer outras culturas, melhor ainda. O mais importante é sempre tentar enxergar a vida como um todo, na perspectiva de novas experiências e novos contextos culturais, que vão trazer conhecimento, referências e oportunidades, a fim de que essas pessoas apliquem no dia a dia do Marketing.

Eu acredito que o grande fator que vai diferenciar os profissionais de Marketing nos próximos anos se refere à criatividade. Porque, em relação ao restante, aos processos, às ferramentas, etc., a Inteligência Artificial suprirá muitas dessas atribuições.

A perspectiva criativa, porém,  será um dos grandes diferenciais. Então, o que posso falar para essa nova turma que está iniciando agora no Marketing é: busquem referências, aprendam os assuntos, se interessem profundamente, porque isso vai fazer com que vocês se destaquem, se diferenciem no mercado de trabalho em geral. Estou cansado de ver muita gente padrão e estou sentindo falta de ver pessoas ousadas querendo atuar com o Marketing como um todo

Uma trajetória e tanto, não é mesmo? Vale a pena se inspirar e aproveitar as dicas para construir o seu caminho de sucesso.  Renan Cavalcanti se graduou em Publicidade e Propaganda na PUC Minas. E, se você se interessou pela área, conheça o curso e as demais opções da  Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas

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