Nos últimos anos, houve grande crescimento das startups em todo o mundo. Os investimentos no segmento seguem a todo vapor,o que fez com que esse mercado se mostrasse cada vez mais dinâmico. Diante disso, é fundamental que os profissionais se mantenham atentos às necessidades e às exigências do setor para que possam se adequar a ele.
Mas, afinal, quais são os blocos mais promissores entre as startups? Como se preparar para as vagas? Quais são as habilidades consideradas essenciais? Sobre esses temas, conversamos com Soraya Cardoso, assessora de Marketing e professora da PUC Minas há 21 anos.
Especialista em Estratégia, Marketing e Inteligência de Mercado, Soraya é pesquisadora em modelos de negócios em startups e explica o dinamismo desse mercado, trazendo dicas relevantes sobre como aproveitar as muitas oportunidades de trabalho.
Vimos que os investimentos, principalmente em startups em estágios iniciais, cresceram no primeiro semestre de 2022. As rodadas do tipo seed saltaram de US$ 151 milhões em 2021 para US$ 282 milhões no ano seguinte. Em seu ponto de vista, a que se deve esse crescimento e o que isso trouxe de impacto para o cenário atual? (Fonte: revista Exame)
É notória a evolução tecnológica no ambiente dos negócios, bem como nos nossos hábitos de vida e de consumo. Com a pandemia da Covid-19, esse processo de mudanças e absorção tecnológica acelerou ainda mais, trazendo desafios na competitividade das empresas e dos profissionais no mercado de trabalho.
Tal cenário dinâmico possibilitou oportunidades para novos modelos de negócios propostos por essas startups, com propostas de valor que vão além dos serviços e produtos ofertados por empresas tradicionais. O investimento nesse tipo de empreendimento vem se demonstrando muito efetivo tanto para investidores- anjo, aceleradoras, governo, instituições de ensino quanto para as próprias empresas tradicionais, tendo em vista a possibilidade de inovação, desenvolvimento de novos modelos de gestão e revelação de profissionais diferenciados.
Pegando esse gancho sobre crescimento de investimentos em startups em estágios iniciais, quais segmentos você considera promissores?
Atualmente, as startups estão praticamente em todos os segmentos de negócios. Contudo, o segmento de serviços de tecnologia é o maior em razão da necessidade da transformação digital dos negócios, seguido de serviços bancários, e-commerce, serviços educacionais (EduTech), alimentação, agronegócio, conteúdos digitais, saúde, Pets.
Em que segmento os estudantes podem expandir seu conhecimento para competirem a vagas de trabalho?
Os conhecimentos voltados para a absorção de novas tecnologias aplicadas às áreas de atuação, a capacidade empreendedora, a capacidade de comunicação e o uso dos diversos mecanismos de tratamento e análise de informação.
A capacidade de mutação e flexibilização, que carregam consigo agilidade e rapidez, é característica notável das startups. Como você acha que isso impacta o ambiente de trabalho nas startups?
O ambiente de trabalho das startups se tem diferenciado dos demais negócios, à medida que a dinâmica de mudança seja constante, o que exige maior uso de tecnologias aplicadas à gestão e à própria produção, ferramentas colaborativas, uma dose apurada de intraempreendedorismo dos trabalhadores para perceberem as oportunidades, bem como a flexibilidade e criatividade na apuração e na mensuração dos resultados alcançados. E, como reflexo desse processo, temos um ambiente inovativo, com flutuação, sem respostas muito prontas que requerem dedicação, indução, abstração e construção coletiva.
Diante desse cenário referente ao dinamismo das startups, quais habilidades você considera fundamentais a serem desenvolvidas pelos estudantes que querem trabalhar em startups?
Invariavelmente, o ambiente de trabalho vai refletir na atuação dos profissionais, requerendo deles a capacidade de adaptabilidade, criatividade, empreendedorismo, trabalho em equipes multidisciplinares, uso de tecnologia, informação e colaboração, além da disponibilidade para aprender sempre.
Pensando em experiências profissionais, como você considera que as startups podem ser boas oportunidades para os estudantes? Quais seriam as “vantagens” de ter esse tipo de experiência no currículo?
Como eu mencionei, as startups e seu ecossistema são ambientes que favorecem o pensamento e o desenvolvimento das habilidades inovativas e empreendedoras que há nas diversas áreas de formação, sem fragmentar as soluções dos problemas e as dores que podemos resolver com o conhecimento. Dessa maneira, os estudantes têm a possibilidade de desenvolver ideias e negócios disruptivos, até mesmo adquirir competências e habilidades que o mundo do trabalho vai contabilizar como experiência relevante para sua carreira.
As restrições da pandemia não frearam o mercado de startups no Brasil, em 2021, que continuou crescendo. Há, porém, cada vez mais desafios impostos pelas mudanças no mercado e por fatores como juros altos, inflação e crise econômica. Como você acha que as empresas vão se reinventar e encontrar soluções para encarar esses desafios?
A sustentabilidade dos negócios em ambientes incertos está cada vez mais próxima de soluções que de fato atendam às dores e compreendam os consumidores de forma integral, sendo negócios valorosos para a sociedade. Lógico que sem perder de vista a gestão financeira. Quanto mais complexos e competitivos os mercados, não adianta fazer mais do mesmo! É necessário sairmos do “oceano vermelho” para navegarmos em “águas azuis”, em que o protagonista seja o cliente, e não os egos organizacionais.
Como você enxerga a PUC Minas no processo de desenvolvimento dos estudantes? Quais você acredita que podem ser os diferenciais ao estudar na PUC Minas, considerando o cenário de mercado atual?
Vejo a Universidade com um manancial de oportunidades, na qual são oferecidas aos alunos diferentes experiências. Por ser atuante em todas áreas do conhecimento, a PUC traz em si a possibilidade de integração dos conhecimentos nas atividades de sala de aula, como também nas parcerias internacionais que garantem aos alunos a formação além das fronteiras físicas. A instituição ainda estimula a indução de atividades de pesquisa e extensão, possibilitando ao aluno diversas experiências de formação, não só a acadêmica, mas a profissional, pessoal, social, filosófica e científica, ou seja, uma formação integral que faz toda a diferença no mundo do trabalho e na vida dessas pessoas. A PUC Minas é feita de gente protagonista da sua trajetória na sociedade e proporciona muito mais que uma formação acadêmica.
Como vimos, as startups estão em crescimento no Brasil e no mundo. Se você tem o desejo de fazer parte desse mercado, pode contar com o PUCTec, o hub de Formação, Inovação e Negócios da PUC Minas. Ele promove a interação entre grandes empresas e startups, contribuindo para o surgimento de novas ideias e soluções. Saiba mais a respeito clicando aqui.