Depoimentos

Conheça mais sobre Arquitetura e Urbanismo com a professora Maria Elisa

A carreira de arquitetura abre portas para várias formas de atuação — seja como profissional autônomo, de alguma empresa, mais voltado para grandes obras, construções ou até mesmo design e paisagismo. Hoje vamos conhecer a história da Maria Elisa, arquiteta e urbanista e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG, doutora em Urbanismo pela UFRJ, professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da PUC Minas e presidente nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil.

Maria Elisa, conta para a gente como foi a sua atuação profissional — em quais formatos e áreas você já atuou até hoje? 

Logo no segundo ano do curso de Arquitetura, com dois colegas, abrimos um escritório e começamos a desenhar para os escritórios maiores. Tive escritório por mais de 30 anos, sempre atuando em projetos e obras e, em várias ocasiões, em projetos urbanos. Em 1982, fui convidada para dar aulas no recém-criado curso de Arquitetura e Urbanismo do Izabela Hendrix. Em 1995 vim dar aulas na PUC, primeiro a convite e logo concursada, e aqui estou até hoje, tendo participado do colegiado, coordenado o curso e sido chefe do Departamento, uma experiência muito interessante. Também dei aulas no curso da Fumec, por oito anos. Desde cedo atuei na política profissional, primeiro no Diretório Acadêmico, em seguida no Instituto de Arquitetos do Brasil. Também atuei, brevemente, na Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e no Sindicato de Arquitetos. 

Como você enxerga o papel de um arquiteto hoje e no futuro? Estamos vivendo um período de muitas transformações digitais no mundo… (aplicativos 3D, influência dos games, obras mais eficientes), como você encara o futuro da profissão?

Os arquitetos olham para o mundo para transformá-lo. Argan, um historiador que foi prefeito de Roma, definiu lindamente nosso ofício: não planejaríamos ou projetaríamos se não pensássemos que o mundo pode ser melhor do que é. Mergulhar na realidade, em todos os sentidos, ou melhor, com todos os sentidos, e traçar possíveis futuros de cidades equitativas, natureza pujante, gente feliz. Isso sempre significou se opor a toda forma de violência, a todo autoritarismo, à desigualdade. A arquitetura é uma profissão inesgotável, porque trabalha com o espaço para torná-la mais capaz de abrigar relações mais amorosas, democráticas e corajosas. As incríveis tecnologias que a fazem mais capaz de realizar esses objetivos são muito bem-vindas. Mas, todos sabemos, a tecnologia é um instrumento, não um fim em si mesma. O que queremos do futuro? O que fazemos hoje para concebê-lo? Essa é a pergunta. 

Para além da formação e ocupação profissional, quais as vantagens da formação em arquitetura? 

A formação em Arquitetura e Urbanismo é uma formação baseada na formulação, na investigação, na invenção e na solução de problemas. Abrange campos múltiplos, e nos amplia a visão de mundo, a imaginação, a criatividade, a responsabilidade sobre nossas ações e o cuidado com o outro. 

Entre todas as suas experiências, qual te chamou mais atenção?

Participar do IAB foi, e é, uma das experiências mais significativas da minha vida. Como representante do IAB, pude participar do CREA MG, onde desenvolvemos o trabalho que ajudou a desaguar na Lei Federal 11888, a Lei da Assistência Técnica, importantíssima para os arquitetos, pois nos equipara à defensoria pública e à saúde pública. Fui presidente do Departamento de Minas Gerais do IAB por dois mandatos, membro do conselho superior e, representando o IAB, fui membro de Conselhos de Patrimônio e de Política Urbana em Belo Horizonte, o que muito me ajudou a entender a interface entre nossos planos e projetos e as políticas públicas. Fui também conselheira do recém criado Conselho de Arquitetura e Urbanismo, primeiro em Minas Gerais, depois como conselheira federal, compondo por 3 anos a Comissão de Ensino e Formação do CAUBR. Em 2020 fui eleita presidente nacional do IAB, o que ampliou e, claro, tornou mais exigente e complexo o trabalho. Pelo IAB nos relacionamos com a FPAA, Federação Panamericana de Associações de Arquitetos, que reúne os institutos e os conselhos que congregam os arquitetos e as arquitetas de toda a América, com o CIALP, Conselho de Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa, e com a UIA, União Internacional de Arquitetos, que reúne os países de todos os continentes e é a entidade consultora da UNESCO para os temas relacionados à arquitetura.

Essas são as três atividades que mais me encantam: as aulas de ateliê de projeto, desenhar projetos de arquitetura a serem construídos, e ser parte da luta política dos arquitetos e urbanistas por um mundo melhor. Como tudo em nosso ofício, são trabalhos coletivos, ninguém anda sozinho, não é?

Quais dicas você forneceria para quem está pensando em se tornar arquiteto?

Leia muito, e de tudo: poesia, romances, história, política, filosofia. Vá ao cinema, ouça música, aprecie exposições, dance, fotografe. Conheça gente, pergunte, ouça muito. Tenha interesse pelo mundo, e pelo que pode ser melhor. Viaje sempre que possível e percorra muitas ruas, visite todos os edifícios que lhe disserem algo ao coração. E desenhe, desenhe, desenhe.

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